Seu varal era uma nova história que eu observava e me ajudava a traduzir algo de mim, um tanto dos meus desejos de estar do outro lado, no meio daquele jardim cuidado espontaneamente nas últimas décadas. Parafraseando Balzac, Dona Júlia poderia ser eu.
De “Crônicas do Varal da Casa ao Lado”
Poucas vezes repetia uma história. E mesmo quando repetia, ninguém chegava a notar. Nem mesmo o dono do drama. E drama lá tem dono? Quem conta uma história, conta a história de qualquer um.
De “O laçador de Cães”
Não gosto de perder o controle das palavras e, por isso, falo pouco. Escrever é mais seguro do que falar.
De “O silêncio do Vampiro”
Perguntar e provocar emoções básicas. Não teorize: radicalize. Reduza a uma frase, a um bordão. Repita muito a mesma ideia. Seu público está pulando de canal em canal, o controle remoto é a independência deles e o nosso chicote. Eles vão e voltam e são inseguros como crianças. Sim, repita. Resuma toda a sua história em uma frase. Repita. Seu público vai zapear e voltar, zapear e voltar. São crianças e querem um porto seguro, querem alguém em quem confiar.
De “Notícia de um naufrágio”