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Acabo de ler ‘O Silêncio do Vampiro – o discurso jornalístico sobre Dalton Trevisan’, de Luiz Andrioli, Ed. Karma, Curitiba, 2013, 159 páginas. O livro faz levantamento sobre notícias, críticas, reportagens sobre Dalton Trevisan, com documentação e apêndice. Um texto fluido, instigante, agradável, sem a chatice e a empolação que outro mestre em Letras, como o autor, normalmente impingiria ao leitor. Não faço favor em elogiar o livro, presenteado pelo autor. Embora despretensioso, é daqueles livros que servem como obra de referência, tamanha a riqueza de informações.

Andrioli vai além de recolher o material de imprensa, pois há também pesquisa bibliográfica sobre Dalton. Andrioli analisa com elegância e bom gosto não só a obra de Dalton como o faz quanto à pessoa do contista, sua personalidade e idiossincrasias. Há momentos particularmente saborosos, como quando Andrioli reproduz o poema em que Dalton vinga-se do amigo que usou a intimidade de ambos para escrever um roman à clef.

Senti falta de menção a outra amizade que virou inimizade – e tema para um conto -, que na Curitiba de minha geração todos conhecíamos: a de Dalton com o falecido jornalista Aramis Millarch. O livro recolhe com muita felicidade aspectos bem próprios e particulares dos personagens de Dalton e os fixa no contexto da Curitiba que Dalton, segundo os especialista em sua obra, tenta preservar ou manter viva na memória literária.