A década de 1940, período em que Curitiba vivia sob a sombra da Segunda Guerra Mundial, marca a chegada em definitivo dos Irmãos Queirolo à capital paranaense. Eles vieram para inaugurar o principal espaço cultural daquele período: o Pavilhão Carlos Gomes. Julian e Otelo Queirolo interpretavam os imortais Harris e Chic-Chic, os “reis da galhofa”, como eram amplamente divulgados. O público fazia filas para assistir às criações do grupo.Em anos anteriores o grupo já havia conquistado o público curitibano, isto apesar da fama que circulava entre outras companhias circenses de que a cidade era conhecida com “caveira de burro”, conhecida por dar azar para o grupo que por ela se aventurasse. Para os Queirolo, apenas uma lenda tola, afinal eram grandes estrelas que já contavam com décadas de bem sucedidas temporadas pela Europa, América e África.Nas décadas de 1950 e 1960 a família viaja pelos bairros de Curitiba, uma excursão que marcou milhares de curitibanos que puderam ter o circo praticamente na porta de casa. O leque de opções era farto: ia da comédia popular ao drama clássico, passando pelo épico, sem deixar de lado o sacro.Ajudaram a fundar a televisão no Paraná. Artistas de vanguarda, souberam levar o improviso da arte circense para um novo veículo que quando ainda dependia dos talentos locais, o que os fez ainda mais famosos. Chic-Chic foi para a frente das câmeras em uma emissora, em outra a família adaptou o picadeiro às grandes limitações de um pequeno estúdio. Mais tarde fizeram uma versão paranaense do Capitão Furacão. Mas quando as emissoras descobriram que era mais viável se render às atrações de fora da terrinha, os Queirolo retornaram as atenções para o velho circo. Perceberam então que o público já não estava mais tão disposto a enfrentar o frio da lona e o desconforto da arquibancada sobre a serragem.O poder público tentou intervir, buscou incentivar o retorno da arte circense, comprou lona nova e fez propaganda da retomada do circo dos Queirolo. Mas os tempos haviam mudado. O recado do final da década de 1970 era claro: a TV roubara o público que já havia sido fiel ao espetáculo circense.O espetáculo deve continuar?O Circo e a Cidade
Histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba.
Leia reportagem sobre o lançamento do livro na Gazeta do Povo.
A pesquisa do escritor e jornalista Luiz Andrioli foi transformada em livro graças ao apoio do Edital de Apoio e Registro do Patrimônio Imaterial de Curitiba promovido pela Fundação Cultural de Curitiba em 2006. O jornalista e cineasta Adriano Justino assina a edição do projeto, além de ter dividido a pesquisa com o autor. Mil exemplares do livro foram distribuídos gratuitamente para escolas, faculdades, instituições de ensino e pesquisa e centros culturais. O Circo e a Cidade – histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba analisa mais de 150 anos de trajetória de uma faz famílias circenses mais importantes do Brasil e coloca um olhar crítico e bem humorado sobre a relação da troupe com a capital paranaense.
O casamento da filha do palhaço
Uma ópera-rock
Melhor espetáculo do ano de 2019 foi escrito por Luiz Andrioli com base no livro O Circo e a Cidade
O espetáculo recebeu 10 indicações ao principal prêmio das artes do Estado do Paraná: o Troféu Gralha Azul, sendo vencedor na categoria de Melhor Espetáculo do ano de 2019, Melhor Direção para Laura Haddad, Melhor Ator Coadjuvante para Maurício Vogue e Melhor Maquiagem para Lilian Marchiori.
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